Entrevista com a arquiteta Marina Alcoba
Decidida, Marina Alcoba sempre soube o que queria. A escolha pela Arquitetura aconteceu no 2º ano do Ensino Médio, ela tinha dúvida apenas pela Engenharia, pois sempre gostou muito de Exatas, mas o amor pela história das artes prevaleceu. Ela se formou na FAU UBC em janeiro de 1981 e a empolgação dos professores a fez permanecer firme na escolha. Marina estagiou durante todo o período em que permaneceu na faculdade em escritórios renomados e, depois de cursos e especializações, hoje trabalha com Arquitetura de Interiores. Em entrevista ao CDA em Revista, a profissional aponta aspectos de seu trabalho e conta como construiu a carreira.
Colégio de Arquitetos – Quando decidiu pela profissão?
Marina Alcoba – No 2º ano do segundo grau. Fiquei em dúvida entre a Engenharia e a Arquitetura, pois sempre gostei muito das exatas também, mas prevaleceu o interesse pela historia das artes e da Arquitetura . O fascínio pelo assunto veio com o entendimento de como a arquitetura é resultado do seu meio e sua época e ao mesmo tempo é fator modificador dessa realidade.
CDA – Na sua opinião, quais são os fatores mais importantes em um projeto de Arquitetura?
MA – Beleza e funcionalidade, tirando o melhor partido do terreno e da natureza onde está inserido. Interior e exterior em sintonia. Uma visão de conjunto e não uma colcha de retalhos.
CDA – Como imprime o seu estilo pessoal na obra?
MA – Embora a constante atualização traga sempre mutações e evolução ao trabalho, existe uma linha que une o trabalho de ontem, de hoje e provavelmente de amanhã, que é a minha visão particular de beleza, a busca por um resultado final caloroso, com mistura de materiais e texturas.
CDA – Como você pode descrever seu processo de criação?
MA – O processo de criação para mim é um momento mágico ,mas com as angustias e satisfações que as fases de desenvolvimento e aprimoramento do trabalho trazem, até chegar a uma versão que considero a melhor em beleza e funcionalidade. Das linhas mestras da criação é que trabalhamos os detalhes que complementam o projeto e que dão a obra um sentido mais completo, de que tudo se encaixa. Nesse processo o olhar especial do arquiteto, por todas as formas que encontra, serve de inspiração. É seu grande acervo de pesquisa.
CDA – Quais são os elementos de identidade do seu trabalho?
MA – Acho que minha marca são espaços contemporâneos aliados ao conforto e funcio-nalidade. Forma e função unidas.
CDA – Em que tipo de projeto você tem trabalhado recentemente?
MA – Projetos empresariais e residenciais, na arquitetura e em interiores. Como o momento é de grande aquecimento em nosso mercado, com grande numero de edifícios residenciais sendo construídos, temos feito diversos trabalhos de modificação em apartamentos tipo, adequando-os as necessidades das famílias, com projetos de interiores que os tornem personalizados.
CDA – Até hoje, qual foi o momento mais marcante em sua carreira?
MA – Sem dúvida foi um processo de amadurecimento pessoal e profissional, que resultou em uma reviravolta na minha carreira. Passei de arquiteta exclu-sivamente de interiores a arquiteta que também desenvolve interiores. Foi preciso coragem para reiniciar uma carreira já bem consolidada, mas o resultado me trouxe muita satisfação e aprendizado, alem do aprimoramento no resultado dos meus trabalhos, pela visão mais abrangente.
