Arquiteto Cláudio Martins

Arquiteto Cláudio Martins

O arquiteto Cláudio Martins vem nos últimos anos deixando sua marca na cidade com a verticalização de seus projetos e obras. Começou com o Edifício Rebecca e depois vieram: La Défense, Liberal Office Tower , Ravenna, Stéphanie, a série Espanha entre outros. Não podemos esquecer do Centro Comercial Mogi Plaza.
Com idéias sempre arrojadas para a cidade nesta entrevista ele fala um pouco sobre o outro lado do profissional com suas atividades dentro da Prefeitura bem como ex-presidente da AEAMC – Associação de Engenheiros e Arquitetos de Mogi.

Na entrevista concedida ao CDA em Revista, Martins conta um pouco de sua trajetória.

CDA em Revista – Quando se formou? Em qual universidade?
Cláudio Martins – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Braz Cubas, em 1973 – 1ª turma.

CDA – Buscou especialização na área?
CM – Fiz extensão universitária na Fundação para a Pesquisa Ambiental da USP.

CDA – Quando decidiu pela Arquitetura?
CM – Desde meus 17 anos comecei a aprender a profissão, estagiando na Construtora Burke e Gemma, que era uma das principais da cidade.

CDA – O senhor estagiou antes de assumir de vez o projeto de sua empresa?
CM – Estagiei com os principais profissionais da época, tais como Miguel Gemma, John Ulic Burke Junior, Cláudio Abrahão, Frederico Rene de Jaegher, Hiroshi Matsutani, Rui Barbosa, com os quais aprendi muito.Também trabalhei como desenhista na Prefeitura de Mogi, de 1960 a 1968.

CDA – Quando nasceu a Marsil? O que de novo a proposta dela trouxe para Mogi das Cruzes?
CM – A CONSTRUTORA MARSIL LTDA. nasceu em 20 de abril de 1976. A proposta inicial era a de projetar e administrar a construção de residências e prédios comerciais para terceiros. Depois, ampliamos as atividades, executando obras públicas e industriais. Mais tarde, pela demanda do mercado, passamos à execução de prédios em condomínio e podemos dizer que fomos pioneiros na Cidade na verticalização das construções. Hoje nos concentramos em empreendimentos próprios, principalmente voltados para a classe média. Dependendo da época, empregamos de 100 a 400 operários.

CDA – Em qual período sua relação com a Prefeitura Municipal se estreitou?
CM – De 1993 a 1996, fui Presidente da Companhia de Desenvolvimento de Mogi das Cruzes (Codemo), empresa municipal, que hoje não existe mais, e que era responsável por todas as obras do município nos governos dos prefeitos Francisco Ribeiro Nogueira e Manoel Bezerra de Mello (Padre Mello).

CDA – Qual o projeto que mais se recorda deste período?
CM – Foram muitos. Posso destacar alguns pela importância que eles representaram para a Cidade: o Ginásio Municipal de esportes Prof. Hugo Ramos; a canalização do rio Negro desde a Rua São João até a rua Braz Cubas, acabando com enchentes que assolavam aquele trecho há mais de 30 anos; a extensão da Via Perimetral desde a rotatória da Mogi Dutra até a Avenida Francisco Ferreira Lopes, em Braz Cubas, atravessando uma área pantanosa e o rio Tietê; as Avenidas Manoel Bezerra Lima Filho e Yoshitero Onishi como uma  nova saída para São Paulo, desde o Supermercado D’Avó até a Avenida Carlos Alberto Lopes (antiga Avenida dos Estudantes); o início das obras da passagem de nível sob a via férrea na Rua Olegário Paiva, projeto inédito no Brasil pelo método de execução não destrutivo e sem interrupção do tráfego de trens.

CDA – E qual o projeto que gostaria de ter implementado mas não conseguiu, seja por falta de recursos ou de tempo?
CM – O Centro Cultural, projeto do arquiteto e hoje secretário de Planejamento, João Francisco Chavedar, que com certeza colocaria nossa Cidade num patamar muito mais elevado na educação e cultura.

CDA – No período como presidente da AEAMC, qual o projeto que articulou e as ideias que colocou em pauta para a Cidade?
CM – Na época, a Associação lutava para se fixar e as dificuldades eram muitas, mas lutamos pela defesa da classe juntamente à municipalidade e ao CREA na solicitação de inspetores, o que abriu, mais tarde, o caminho para a instalação da sede regional do CREA em Mogi.

CDA – Com tantos empreendimentos habitacionais nascendo na Cidade, como o senhor vê o futuro da profissão aqui? As obras pedem mão de obra especializada, o que é a principal reivindicação de construtoras.
CM – O futuro é promissor para a profissão. As obras exigem operários qualificados, pois cada vez mais surgem produtos e técnicas que precisam de mão de obra habilitada. O surgimento de cursos práticos e objetivos se impõem para a evolução que não para.O poder público também tem que acompanhar essa velocidade, liberando as aprovações com mais agilidade e menos burocracia e uma legislação diferenciada para os operários da construção que normalmente atuam num período de curta duração.

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