Eduardo Knesse de Mello

Eduardo Kneese de Mello (São Paulo SP 1906 – idem 1994).

Eduardo Knesse de Mello Arquiteto. Em 1925, ingressa da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, formando-se engenheiro-arquiteto em 1931. Ainda estudante abre um escritório de topografia com os colegas Oswaldo Bratke (1907-1997), Oscar Americano (1908-1974) e Clovis Silveira. Recém-formado, abre um escritório de arquitetura e construção, produzindo residências particulares até os anos 1940, quando passa a se dedicar exclusivamente aos projetos, desenhando edifícios comercias, residenciais, educacionais e de saúde, além de conjuntos habitacionais públicos e privados, dos quais se destacam: os Conjuntos Residenciais dos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI) (1947) edos Comerciários (IAPC) (1947, não construído) e o Conjunto Residencial Ana Rosa (1952), todos em São Paulo.

Eduardo Knesse de Mello, Em 1951, viaja à Inglaterra para estudar pré-fabricação. Na volta decide abrir com amigos e seu pai a Uniseco do Brasil, indústria de pré-fabricados para construção civil. O alto custo da produção, decorrente da baixa qualidade dos materiais brasileiros frente aos ingleses e da falta de receptividade do público, leva a empresa rapidamente à falência. A experiência, contudo, é retomada no curso de pré-fabricação do Centre Cientifique du Batiment de Paris, que ele coordena na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), e nos projetos para o Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) (1961), o Posto de Assistência Médica do INPS (1966 – 1976) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Farias Brito da Universidade de Guarulhos (1981).

Constrói com Luis Saia (1911-1975) no Parque Trianon o pavilhão da 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (1951). Alguns autores consideram o projeto pode ter levado Oscar Niemeyer (1907) a convidá-lo para compor a equipe paulista que desenvolve o projeto do Parque do Ibirapuera (1951-1954), concebido pelo arquiteto carioca. Em 1956, Niemeyer repete o convite, desta vez para integrar a equipe do Novacap, escritório responsável pela construção de Brasília (1956-1960). A experiência é retratada no livroBrasília: histórias e estórias (1992).

A carreira de docente se inicia em 1937 na Escola de Engenharia Mackenzie, onde dá aulas até 1938, retornando à instituição de 1945 a 1947. Em 1955, ingressa como professor na FAU/USP, tornando-se diretor do Departamento de História, em 1965. Participa da organização do curso de pós-graduação em 1971, mesmo ano em que assume direção do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP). Concebe o logotipo da Revista do IEB, mantendo-se no Conselho Diretor do instituto até 1976, quando é aposentado compulsoriamente. Antes disso, em 1958, participa da comissão de criação do departamento paulista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), como representante da FAU/USP. Entre as décadas de 1970 e 1990, dá aulas na FAU da Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Belas Artes e na FAU Farias Brito da Universidade de Guarulhos e na Universidade de Mogi das Cruzes.

Projeto-tese de uma Policlínica para São Paulo elaborado por Eduardo Kneese de Mello, 1931.

Em 1938, é procurado pelo diretor do Cadastro Imobiliário de São Paulo, Roberto Corrêa de Brito, para publicar um livro com suas obras, lançado com o título Construções Residências (1937). Nessa ocasião, sugere a Brito a criação de uma revista especializada em arquitetura, que começa a circular no mesmo ano sob o nome Acrópole. Permanece no conselho editorial da revista até 1971, quando suas atividades são encerradas. Parte dos artigos publicados na revista é reunida no livro Arquitetura Brasileira. Palestras e Conferências (1975). No mesmo ano lança o livro A herança mourisca da arquitetura do Brasil, resultado da viajem de três meses que realiza em Portugal no ano de 1966, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Posto de Assistência Médica – INPS Várzea do Carmo, 1967.

Lidera a criação do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), sendo eleito seu primeiro presidente em 1943. Permanece no cargo até 1946, sendo reeleito para os biênios paulista de 1949-1950 e brasileiro de 1968-1970. Participa também do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), nas gestões de 1951-1952, 1996-1969 e 1982-1984 e da criação do Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo, em 1971. Além dessas instituições, participa da direção artística da Exposição Internacional de Arquitetura da 1ª e 2ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, sendo membro do júri da premiação de arquitetura das três primeiras edições. Dirige com  Fábio Penteado (1929) e Oswaldo Corrêa Gonçalves (1917-2005) o programa Arquitetos na TV, exibido pela antiga Excelsior de 1961 a 1962.

Como reconhecimento de seu trabalho, é eleito, entre as décadas de 1960 e 1970,  sócio honorário de várias entidades de classe no México, Argentina, Guatemala, Peru, Colômbia, Panamá, Bolívia, Chile, Paraguai e Estados Unidos.

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