Palácio Tiradentes

 Palácio Tiradentes

Palácio Tiradentes.

As palavras do Oscar Niemeyer

 “Decidi que esse prédio precisava mostrar para o Brasil que, em Minas Gerais, houve uma civilização que foi capaz de levar a tecnologia do concreto da construção ao limite supremo da audácia, inigualável por nenhum povo do mundo”.

“Esse prédio tem de traduzir a majestade do Estado de Minas Gerais, não menos do que isso”.

Palácio Tiradentes

O Palácio Tiradentes Localizado ao sul do terreno de 804 mil m2 do antigo hipódromo Serra Verde, a 18 km do Centro de Belo Horizonte em Minas Gerais, o Palácio Tiradentes destaca-se por seu grande vão livre, considerado o maior do mundo em concreto protendido.

Sob o ponto de vista estrutural, é o edifício mais complexo da Cidade Administrativa Tancredo Neves, a nova “casa” do Governo Mineiro e de toda sua estrutura executiva, entre os municípios de Vespasiano, Santa Luzia e Belo Horizonte.Palácio Tiradentes

Executado em concreto protendido e aço, o grande bloco estrutural de cinco pavimentos, com 147,50 m de comprimento e 17,20 m de largura, aparece suspenso por tirantes metálicos protendidos, presos à cobertura dos dois grandes pórticos dispostos paralelamente e que constituem os quatro únicos pontos de apoio da estrutura.

A execução dos pórticos foi a parte mais trabalhosa da obra, explica o engenheiro João Eduardo Dutra, porque depois de erguidos os quatro pilares metálicos, teve início a concretagem, em cinco planos diferentes, uma vez que a forma dos pilares muda à medida que vai subindo. Começa com 1 m de largura no térreo, depois vai se abrindo, chegando à viga de cobertura com 4 m.

E como o concreto ficaria aparente, qualquer erro resultaria em demolição. “A saída foi fazer um protótipo de madeira, em escala reduzida, para ir montando e ver a execução em escala real”, explica Dutra. “As fôrmas eram mudadas metro a metro.” Toda a estrutura suspensa é protendida, para que fosse reduzida a espessura média do concreto e aliviadas as cargas nos tirantes.

Só nesse prédio, são 20 mil m2 de área construída, distribuídos por quatro pavimentos-tipo e um técnico, e subsolo para garagens e instalações, servidos por nove elevadores.

 De acordo com o engenheiro João Eduardo Dutra, da Gerência de Obras, o grande desafio do projeto era construir, ao mesmo tempo, o prédio e os pórticos (com o mesmo comprimento do prédio, 147,50 m, e mais largos, com 26,60 m de largura).Palácio Tiradentes

Junto à fachada leste do palácio foi projetado um parlatório, no nível do primeiro pavimento, ao qual se liga por uma passarela. Uma rampa em curva, com largura variável, liga o piso da praça cívica a essa passarela, com a qual se une estruturalmente. Compõem, assim, uma única estrutura, que se apoia em quatro aparelhos de neoprene fretado, nas extremidades da passarela, e em dois pilares, sendo um curvo, disposto sobre o trecho em curva, e um pequeno, retangular, situado a 11 m da extremidade, no térreo.

Já na fachada oeste, dois volumes se destacam: um trapézio cego externamente, que concentra as circulações verticais (escadas e cinco elevadores que se interligam aos pavimentos do palácio por meio de passarelas), e a torre cilíndrica com 10 m de diâmetro (dois elevadores e escadas, também com passarelas que se ligam ao palácio) e 37 m de altura. No seu topo, a torre sustenta a estrutura circular do heliponto, com diâmetro de 30 m, excêntrica 5 m em relação ao eixo da torre, e com um balanço de cerca de 22 m.

“De baixo para cima – explica o engenheiro Dutra – temos uma laje estrutural e, em cima dela, as 20 vigas raiadas de comprimentos diferentes, acompanhando o desenho da pista.” E prossegue o engenheiro: “Em seguida, seis anéis fazem o coroamento das vigas raiadas, depois uma segunda laje fecha a parte estrutural da caixa do heliponto. Só então vem a terceira laje, que é a plataforma de toque do helicóptero”, detalha Dutra.Palácio Tiradentes

A distribuição das vigas raiadas em 18 graus foi alterada no entorno do eixo, no lado de menor balanço, para a colocação da escada que liga a última parada do elevador ao piso da laje superior. Uma pequena escada de alvenaria estende esse acesso à laje de pouso dos helicópteros. As passarelas que ligam o prédio de circulação e a torre aos pavimentos do palácio têm a função, também, de equilibrar as ações do vento sobre a grande estrutura em balanço.

Um sistema composto por cabos de protensão e aparelhos de apoio de neoprene mantém as três estruturas unidas, com juntas articuladas entre elas.

Os pilares e contraventamentos da estrutura provisória de apoio do palácio só foram retirados após a protensão das passarelas dos dois volumes vizinhos. O subsolo do palácio é acessado por uma rampa de 6 m de largura e 28 m de extensão, e destina-se a estacionamento e áreas de instalações.

No interior do palácio, a configuração de plantas livres e a inexistência de paredes estruturais proporcionam grande flexibilidade de uso dos espaços. O prédio recebeu fechamentos em vidro duplo fumê (com persianas entre as duas camadas), que proporciona boa iluminação e economia de energia. Tratamentos especiais garantem a esses vidros segurança contra armas de fogo e vandalismo.

O pavimento térreo foi composto por uma estrutura protendida na projeção de quase toda a extensão dos pavimentos suspensos, e por uma laje rebaixada 40 cm, nas laterais do prédio e na extremidade mais próxima do auditório. Essa laje foi impermeabilizada e recoberta com solo gramado, nivelando o piso da praça cívica, implantada entre o palácio e o auditório.

Ficha Técnica

 Local: Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves Belo Horizonte, MG

Início do projeto: 2003

Conclusão da obra: 2010

Área do terreno: 804.000 m2

Arquitetura: Oscar Niemeyer

Luminotécnica: Peter Gasper

Estruturas Metálicas: Engemonte e Perfeição Montagens

Elétrica: Planem, Temon e Lumens

Instalações Mecânicas: Jam e Tuma

Consultoria Ambiental: Lume

Fiscalização: Leme

Gerenciamento: Codemig

Construção: Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Santa Bárbara, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Via Engenharia e Barbosa Melo.